
Medida mobilizou cientistas e pesquisadores, que destacam fazendas experimentais como 'referência há décadas pelos estudos realizados'. Estado diz que pesqui...
Medida mobilizou cientistas e pesquisadores, que destacam fazendas experimentais como 'referência há décadas pelos estudos realizados'. Estado diz que pesquisas não serão afetadas. Instituto Agronômico de Campinas (IAC) Carlos Bassan O Governo de São Paulo convocou, para a próxima segunda-feira (14), uma audiência pública para discutir a venda total ou parcial de 35 áreas de pesquisa vinculadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A medida mobilizou cientistas e pesquisadores, que destacaram as fazendas experimentais como “referência há décadas pelos estudos realizados” (leia mais abaixo). 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp A audiência acontece às 10h, no Salão Nobre da Secretaria, no centro da capital, e tem como público-alvo a comunidade científica da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e institutos como o de Zootecnia, Biológico, Pesca e Agronômico. A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), contudo, frisou que a alienação das propriedades pode impactar na segurança alimentar e em estudos para “enfrentar problemas como a escassez hídrica, a contaminação de mananciais e o aumento da temperatura em diferentes regiões paulistas”. “A segurança alimentar das próximas gerações depende do investimento que fazemos hoje em pesquisa e inovação, e o Estado de São Paulo sempre esteve na vanguarda do conhecimento. Sem áreas de experimentação, não é possível testar e validar soluções que garantam produtividade, adaptação climática e sustentabilidade”, afirmou Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC, em nota. Áreas consideradas Na convocação publicada no Diário Oficial do Estado, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento atribuiu numerações às áreas envolvidas no projeto, mas não informou a localização exata de cada fazenda experimental nos municípios. Veja a lista de cidades abaixo: Campinas Cananéia Dois Córregos Gália Iguape Itapetininga Itararé Jaú Jundiaí Mococa Monte Alegre do Sul Nova Odessa Palmital Peruíbe Pindamonhangaba Piracicaba Pirassununga Registro Ribeirão Preto São Roque Sertãozinho Tatuí Tietê Ubatuba Ainda de acordo com a APqC, uma das unidades consideradas pelo governo estadual é a Fazenda Santa Elisa, em Campinas (SP), que abriga o Instituto Agronômico (IAC). “Uma das áreas cobiçadas para venda abriga parte do maior banco de germoplasma de café do mundo”, destacou a associação. LEIA MAIS: Possível venda de fazenda histórica de café mobiliza entidades, mas Governo de SP garante preservação de áreas de pesquisa 'Não dá para se apegar a patrimônio', diz Tarcísio ao defender venda de parte de fazenda histórica usada em pesquisas Em outubro do ano passado, quando a possibilidade de venda veio à tona, o IAC informou que a área cogitada para alienação é de aproximadamente 700 hectares, onde são realizados experimentos para desenvolvimento de culturas como feijão, amendoim, café, mandioca, batata, entre outros. Nesta quinta-feira (10), no entanto, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento informou que “a fazenda Santa Elisa, que possui 750 hectares, não será vendida. A proposta é de alienação de uma área de 35 hectares, localizada às margens da rodovia, sem destinação produtiva e ou científica”. Fazenda usada para pesquisa há 137 anos pode ter parte de área vendida pelo governo de SP O que diz o Governo de SP? “A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo vai realizar audiência junto à comunidade científica para debater a alienação de parte das áreas da pasta. A audiência é obrigatória e prevista na Constituição do Estado de São Paulo, em seu Artigo 272. As informações sobre os espaços serão apresentados durante a audiência pública. O Governo do Estado reforça que as áreas eventualmente alienadas não comprometerão as atividades de pesquisa, garantindo a continuidade integral da produção científica em São Paulo. Importante salientar que estas áreas representam aproximadamente 5% das propriedades da pasta e parte do valor obrigatoriamente será revertido para novos projetos de pesquisa”. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas